quinta-feira, 25 de março de 2010

- Brasil, o último país a banir a escravidão -

A escravidão foi um dos períodos mais tristes e vergonhosos da história de nosso país. O Brasil foi o principal importador de mão-de-obra escrava e foi o último a abolir a escravidão.
Esse comércio de morte e tortura teve influência decisiva na cultura, economia e religiosidade de nosso país. Durante a época colonial e o período imperial do Brasil, foi a força escrava que sustentou economicamente o país, durante séculos.
Foram os escravos que retiraram do solo a riqueza dos primeiros tempos do Brasil colônia: a cana-de-açúcar, numa rotina sofrida e estafante. Depois, quando foi descoberto o ouro em Minas Gerais, foram os negros que lavraram o metal precioso que seria usado para, por exemplo, reconstruir Lisboa após um terremoto.
Também foi o braço negro a arar a terra, plantar e colher o café que sustentou a economia brasileira no século 19. Se por um lado o Brasil tem essa mácula, por outro a luta pela abolição foi o primeiro grande movimento humanitário, tendo mobilizado multidões nas cidades. Entretanto, a lei Áurea, embora tenha libertado os escravos, não providenciou para que eles fossem integrados à sociedade. Os negros foram colocados à margem da sociedade desde então, numa segregação racial velada que só será rompida com muito empenho.

- O tráfico negreiro:
Dizer que os africanos já estavam acostumados à escravidão, por isso ter sido tão fácil impor-lhes a servidão é um grande engano. Verdadeiro é que já conheciam a prática, pois uma tribo escravizava a outra por conta dos conflitos tribais. Antes mesmo dos europeus dominarem a África, algumas tribos já comercializavam os vencidos com xeiques e sultões do Oriente Médio.

Assim, foi fácil para os portugueses e ingleses armarem militarmente e finaceiramente os sobas e régulos (chefes tribais) que viviam no litoral africano, a fim de eles expandirem seus territórios e afirmarem sua autoridade para dentro do continente.
Antes da expansão marítima europeia em busca de colônias, a escravidão não era vista com bons olhos pela sociedade cristã da época. Logo após a chegada nas Américas, foram feitas as primeiras experiências - nas Antilhas - com mão-de-obra escrava proveniente da África, o que acabou por se mostrar um sucesso. Uma forma de a igreja justificar o abuso do negro foi colocando-o como pecador e a escravidão como chaga para garantir-lhes um "lugar no paraíso", como ressaltou Padre Antônio Vieira em seu "Sermão Décimo Quarto", proferido em 1633.
Com o domínio do lado leste do continente e a necessidade de um trabalhador que não fosse remunerado, foi adotada de início a força de trabalho indígena local. Os primeiros carregamentos de açúcar e madeira que saíram do Brasil são provenientes deste tipo de exploração. O motivo que levou a não partirem do princípio de remuneração aos trabalhadores braçais da colônia é que, devido à grande proporção de terra disponível, nada impediria que o trabalhador se assentasse em um determinado local e passasse a produzir para subsistência, sendo que o foco da colônia brasileira era a exploração e não o povoamento.
Mas os índios não foram uma boa escolha, muitos se rebelaram, eram difíceis de serem "dominados", além de vezes ou outras serem tidos como preguiçosos e com tendências ao vício. Para acentuar a má escolha, os jesuítas reservavam-lhes outra finalidade: a de serem catequizados. Para resolver o impasse da mão-de-obra indígena, a Coroa Portuguesa em 1570 criou restrições quanto à escravidão nativa.
Porém, pode-se dizer que não foi a restrição que acabou com a escravidão dos índios. O grande declínio da população indígena, o crescimento dos engenhos e a boa relação dos portugueses com os mercadores de escravos africanos falaram mais alto. Isso não garantiu que o índio deixasse de ser escravo, apenas parou momentaneamente com a prática - a qual retorna anos mais tarde com a corrida do ouro e com a invasão holandesa, que gerou uma diminuição na entrada de escravos negros no Brasil. Os índios só passaram a ter segurança no século XVIII, com o governo do Marquês de Pombal.
O agravante do regime mercantilista vigente na época propiciou também o desenvolvimento da prática escravista. Como no caso do Brasil não se tinha a intenção de povoar e havia uma grande necessidade de mão-de-obra, aliada a uma dupla função que o negro adquiriu - bem de uso e troca - a exploração do continente africano prosperou. Durante praticamente quatro séculos o continente negro foi visto como uma grande reserva de máeria-prima, conhecida como "madeira de ébano".

Bibliografia: Revista desvendando a História
Dica de leitura: EZLN Passos de uma Rebeldia - Emilio Gennari

3 comentários:

  1. Só para esclarecer...
    O Brasil foi o último país da AMÉRICA a abolir a escravidão.
    Bruna Queirozz

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  2. ERRADO! O último país no mundo a abolir a escravidão foi a MAURITÂNIA.

    http://mundoestranho.abril.com.br/historia/qual-foi-o-ultimo-pais-a-abolir-a-escravidao/
    http://opiniaoenoticia.com.br/brasil/politica/mauritania-o-ultimo-bastiao-da-escravidao/

    PESQUISEM ANTES DE REPETIR AS PAPAGAICES DO MEC. PAREM DE ACREDITAR NA RÉU-PÚBLICA!

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